Por João Vieira em 26 de Junho de 2025

O pecado, segundo o Catecismo da Igreja Católica, é uma ofensa a Deus (CIC 1850), uma rebelião contra o seu amor, uma desobediência à sua lei de vida e verdade. É definido como “uma falta contra a razão, a verdade e a reta consciência; é uma falta ao verdadeiro amor para com Deus e para com o próximo, por causa de um apego perverso a certos bens” (CIC 1849).
A origem do pecado está na liberdade mal usada do ser humano. O pecado original, cometido por Adão e Eva (cf. Gn 3; CIC 396-403), introduziu no mundo uma desordem profunda, transmitida hereditariamente, que fere a natureza humana e a inclina ao mal — essa inclinação é chamada concupiscência (CIC 405). O Catecismo ensina que todo pecado se divide em dois grandes tipos: o pecado mortal e o pecado venial (CIC 1854).
O pecado mortal destrói a caridade no coração do homem por uma infração grave à lei de Deus, realizada com plena consciência e consentimento deliberado (CIC 1857). Ele priva a alma da graça santificante e, se não for perdoado, conduz à condenação eterna (CIC 1861). Já o pecado venial, sendo uma desordem moral leve, enfraquece a caridade, mas não rompe a aliança com Deus (CIC 1862-1863).
Pode-se pecar de diversas formas: por pensamentos, palavras, atos e omissões (CIC 1853), sendo que os pecados de omissão — deixar de fazer o bem — são tão sérios quanto os de comissão (cf. Mt 25,41-46). Além disso, a tradição cristã identifica as “raízes” dos pecados pessoais nos chamados pecados capitais: soberba, avareza, inveja, ira, luxúria, gula e preguiça (CIC 1866), que geram outras desordens morais.
O Catecismo também denuncia os pecados sociais, fruto de acumulações de pecados pessoais que criam estruturas injustas, como corrupção, exploração, e desigualdade sistemática (CIC 1869).
As consequências do pecado são múltiplas: ele rompe a amizade com Deus, prejudica a alma do pecador, afeta a comunidade e até mesmo a criação, que “geme em dores de parto” por causa da desordem causada pela queda (cf. Rm 8,22; CIC 400).
Contudo, a misericórdia divina é sempre maior que o pecado. Deus não quer a morte do pecador, mas que ele se converta e viva (cf. Ez 18,23; CIC 1037). Cristo é o Salvador que tira o pecado do mundo (Jo 1,29; CIC 1846). O caminho ordinário de reconciliação após o Batismo é o sacramento da Penitência, onde, por meio da confissão sincera, contrição, absolvição e satisfação, o pecador é restaurado à graça e reintegrado na comunhão com Deus e com a Igreja (CIC 1422-1470).
Para evitar o pecado, a Igreja ensina a prática das virtudes, a oração constante, a leitura da Palavra de Deus (CIC 1803-1832), a vigilância sobre os pensamentos e sentimentos, a frequência aos sacramentos, especialmente a Eucaristia e a Confissão, e o esforço por viver na presença de Deus.
Assim, o fiel caminha em santidade, renovando-se dia a dia, fortalecendo-se na graça, até alcançar a perfeição da caridade, meta da vida cristã (CIC 1709).
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